Como eu contei pra vocês no meu primeiro post sobre ansiedade infantil o que me fez perceber a ansiedade gerada pelo medo no meu filho foi, por incrível que pareça, um episódio de diarreia. A partir desse dia ele passou a ter uma relação difícil com o cocô. Passou a ter medo do cocô e de fazer cocô na calça. Foi com a reprogramação mental que eu consegui ajudá-lo. Aqui vou te contar como eu, de modo até engraçado, consegui diminuir a preocupação dele.
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O medo de fazer cocô na calça
Eu já disse antes que eu percebi que todas as vezes que o Gustavo tinha uma piora de sintomas geralmente era devido alguma situação que havia ocorrido e ele não sabia lidar sozinho com aquilo.
Quando ele começou a ter medo de fazer cocô na calça ele meio que entrava em crise de pânico quando pensava em ir para a escola, tudo porque aconteceu de um dia ele ter tido vontade de ir ao banheiro na escola e, não sei por qual motivo, talvez vergonha, não ter conseguido ir. Nesse dia quando eu o busquei na escola ele estava sujinho.
A partir de então passamos a lidar com o medo de fazer cocô na calça.
Assim, após minha experiência com a reprogramação mental eu achei aquilo maravilhoso, era como se eu agora conseguisse, de certo modo, manter o controle mesmo em momentos difíceis e foi através dela que eu consegui ajudar meu filho a se livrar desse medo.
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Relembrando a Reprogramação Mental
Como eu expliquei aqui, em minhas palavras, a reprogramação mental é trocar a frequência de pensamentos negativos por pensamentos positivos.
É reprogramar o cérebro para colocar em prática sempre o lado bom das coisas, lembrar-se de uma coisa positivamente.
Mas o que foi que eu fiz afinal?
Depois de ter conhecido e ver o quanto ela me ajudou, mentalmente falando, eu comecei a adaptar algumas das técnicas que eu havia aprendido para usar no meu filhotinho. E foi então que aqui em casa surgiu a frase que reina até hoje: “O medo é mentiroso”. Essa frase é repetida todas as vezes que falta coragem pra alguma coisa.
Eu expliquei a ele que o medo sempre conta algo na nossa cabeça… mas que se a gente desobedecer ao medo e ter coragem de tentar a gente vai ver que a historinha que ele contou era mentira.
Quando Gustavo teve sua primeira crise de ansiedade, pelo episódio da diarreia, ele ainda não frequentava a escola. Começou a ir no ano seguinte, quando tinha seus quatro anos.
Então ele já tinha um certo problema com o cocô pelo fato da diarreia. A partir do dia em que fui buscá-lo na escola e ele estava de sujinho ele não queria ir mais à escola de jeito nenhum e também não ia mais ao banheiro, fazer o número dois, antes que alguém abaixasse a roupinha dele. Ele não sabia distinguir se já havia feito cocozinho ou não… tinha medo de fazer cocô na calça, ou nojo, não sei.
Foi então que enfrentamos o pior período dele em dificuldade de ir para a escola. Ele chorava muito para não ir… acredito eu, que por medo de precisar ir ao banheiro. Mas não era apenas choro, a mão dele suava a temperatura aumentava, parecia que ele ia passar mal.
Certa vez me pediram para buscá-lo na escola pois ele estava com febre. Quando peguei ele logo a febre melhorou e não era nada.
Todos os dias era uma luta para ir à escola. Sentíamos pema porque víamos que era sofrido para ele, mas, ao mesmo tempo, ele tinha que ir.
Quando eu o buscava no final da aula ele entrava no carro e dizia: mamãe olha se eu estou sujo. Ele não ficava em paz até eu abaixar a calça dele e dizer que não tinha nenhum cocô.
Nesse ano Gustavo tinha uma professora maravilhosa e nos ajudou muito. Ele também passou a frequentar uma psicóloga que nos ajudou a passar pelo medo de fazer cocô na calça quando estivesse na escola.
Foi então comecei a pensar num meio de ajudá-lo, criamos a estratégia de todos os dias ir ao banheiro antes de ir à escola, que assim ele poderia ir tranquilo que lá não daria mais vontade. Isso de certo modo já acalmou um pouquinho o coraçãozinho dele.
Depois eu precisava que ele soubesse a diferença entre estar ou não estar sujo. Mas até então eu não sabia como. Foi então que um dia estávamos em casa e ele quis ir ao banheiro… eu disse que ele teria que tirar a roupinha… e ele disse que não… eu disse que não tiraria… que ele precisava perder o medo… e que se não tirasse faria o cocô na roupa.
Ficamos ali meia hora… nesse tira ou não tira… foi quando, do nada, me bateu uma ideia doida.
Eu lembrei da reprogramação mental e imaginei um meio de como fazê-lo ter segurança de que não tinha cocô na sua cueca. Eu pensei que se eu criasse uma memória forte e positiva nele, ele lembraria dela todas as vezes que estivesse nessa situação. Isso, pelo que estudei até agora de reprogramação mental, é uma prática de PNL (Programação Neurolinguística) chamada de ancoragem.
Foi então que juntei o medo de fazer cocô na calça com o que ele mais gostava, fazendo disso uma lembrança boa.
Fui até o armário peguei um bombom e coloquei na cueca dele. Ele não tinha visto que era um bombom, mas sabia que eu tinha colocado algo dentro da calça dele, pois conseguia sentir.
Ele achou aquilo muito doido e riu… nós dois rimos. Eu disse: você sente que tem algo aí? Ele disse que sim. Então eu expliquei que o cocozinho era a mesma coisa… que ele não precisava ter medo de fazer cocô na calça, que se ele fizesse ele ia sentir algo diferente. Então eu olhei pra ele e falei… agora abaixa a roupinha e pega o quem aí porque você gosta muito!
Ele não pensou duas vezes… logo tirou a roupinha… comeu o bombom feliz da vida e nunca mais me pediu que o ajudasse com a roupa no banheiro.
Eu criei uma imagem legal e divertida na mente dele que certamente ele lembrava todas as vezes em que a dúvida de estar sujo ou não vinha na cabecinha dele.
Ele tinha quatro anos e foi tão marcante que ele lembra até hoje do bombom que a mamãe colocou na cueca quando ele tinha medo de fazer cocô na calça! As vezes um trauma só é esquecido com um fato tão marcante quanto o que o causou.
A principal mudança teve que ocorrer em mim, eu entendi como minhas atitudes influenciam muito a percepção dele sobre o que acontece. Se ele machucar o dedo, por exemplo, e eu demostrar preocupação ou medo exagerado ele cria uma memória ruim e pode demostrar esse mesmo pânico toda vez que se machucar.
Eu tenho certeza que esse medo de fazer cocô na calça já foi algo que surgiu devido à dificuldade que ele teve de entender o que era uma diarreia, como contei aqui. Ele já tinha uma memória ruim em relação a esse assunto.
Mas eu só entendi isso após conhecer a reprogramação mental.
E assim eu fui, e vou até hoje, criando meios de moldar nele uma personalidade forte, confiante, positiva, corajosa… mais isso é no decorrer de todos os dias e vivências diversas. É como um animal que a gente tem que alimentar todos os dias.
Nos próximos posts vou contando a vocês sobre outras experiências que foram bem legais aqui!
Vocês também passam por dificuldades parecidas com seus filhos? Gostaram da reprogramação mental como possibilidade de ajuda?