Bebê não olha quando mama. Essa foi a frase que eu digitei no google assim que meu primeiro filho completou 3 meses e não me olhava para mamar. Foi uma das fases mais difíceis da minha maternidade recém chegada. Veja só como tudo aconteceu:
Sumário do Conteúdo
A Tal da Ansiedade Já na Gestação
Eu já falei aqui em alguns posts que eu sempre fui uma criança criada sem muita preocupação com o psicológico, meu pai, hoje sei, sempre foi uma pessoa muito ansiosa, pessimista (aprendi que não é culpa dele… que sempre foi o melhor pai que pôde ser. E foi mesmo!).
O fato é que… desde que aprendi sobre genética na escola eu carregava um medo muito grande de ter um filho com alguma síndrome (viagem a minha né… mas a ansiedade faz isso).
Engravidar para mim foi algo extremamente difícil, meu medo era enorme. Mas minha vontade de ser mãe era maior.
Todos os exames da minha gestação foram momentos de muita ansiedade e medo.
Mas no final das contas meu bebê nasceu e foi tudo bem.
Você também vai gostar de:
Ele não olha quando mama!
Enfim meu bebê nasceu. E eu, a ansiedade em vida. Sempre fiquei muito de olho sobre ele ir atingindo os marcos do desenvolvimento.
Eu nunca havia me preocupado com autismo. Até ler que aos 3 meses de idade o bebê já olha nos olhos da mãe quando mama.
Na hora caiu a minha ficha: meu bebê não olha quando mama!
Já fiquei preocupada… mal conseguia dormir… tudo que eu pesquisava a respeito disso falava sobre autismo.
Eu passava o dia todo pesquisando sobre isso na internet. Lia tudo que as mamães falavam sobre isso no site babycenter.
“Meu bebê não olha quando mama.
Algum bebê não olha quando mama?
Alguma mãe com bebê que não olha quando mama?”
Li praticamente todos os casos que encontrei.
Meu filho completou 4 meses e ainda assim não me olhava na amamentação, por mais que eu chamasse sua atenção ele não olhava. E pior. Ele evitava muito o contato visual.
Cheguei a levar meu filho na psiquiatra que atendia na época, pois ela também atendia crianças. Ela não observou nada de alarmante… mas disse que ele era muito bebê.
Tudo que eu lia sobre autismo parecia que meu filho fazia.
E quanto mais relatos eu lia das mamães mais eu me convencia que meu filho seria autista.
Deixei todo mundo da minha família preocupado.
Ele não gostava de ficar de frente para ninguém no colo, parecia que não gostava de abraços. E evitava muito o contato visual.
Foi então que na consulta de quatro meses eu disse à pediatra: doutora, meu bebê não olha quando mama.
Ela o examinou, conversou comigo e sugeriu que ele passasse por um neurologista.
Nessa época eu me lembrava claramente que com quatro meses minha sobrinha já atendia pelo nome. Enquanto meu filho nem olhava pra mim na hora da amamentação.
Eu me afundava nos conteúdos que achava na internet e isso me deixava mais preocupada ainda.
Na época, no site babycenter, era possível acompanhar todos os posts das mães, então eu ficava pesquisando em quais casos o diagnóstico havia se confirmado ou não.
Quando consegui a consulta com o neuropediatra ele já tinha quase cinco meses e continuava com o mesmo comportamento, esse médico era referência em autismo no meu Estado.
Ele examinou meu filho e disse que não havia encontrado nada de errado.
Na consulta eu disse que ele não me olhava na hora da amamentação e nem atendia pelo nome ainda.
Foi então que ele segurou meu filho e pediu que eu o chamasse bem firme (alto) eu chamei e ele olhou.
O médico então me disse: quem disse que seu filho não atende pelo nome.
Aquele momento foi tão mágico pra mim! Senti um alívio tão…mas tão grande!
Conversamos muito…ele me disse que muitas crianças têm comportamentos que também são comportamentos de autistas… mas que isso não significava que são autistas.
Ele disse que observássemos como ele se desenvolveria.
Saí da consulta aliviada, mas não livre de preocupação.
Final Feliz!
Meu filho começou a olhar nos olhos das pessoas após completar cinco meses, na amamentação passou a olhar… mas muito pouco.
Hoje eu tenho um bebê de 3 meses e ele me olha na hora da amamentação desde os dois meses de idade. Mas ele olha muito… o tempo todo… não só na amamentação.
Se eu tivesse tido um bebê assim antes do meu primeiro filho eu teria ficado mais preocupada ainda, porque a diferença entre os dois é enorme.
Eu continuei a observar o desenvolvimento dele e para o meu alívio ele foi atingindo todos os marcos muito certinho.
Passou a atender sempre que era chamado, bateu palminhas, falou, andou… fez tudo! É uma criança super normal.
Hoje eu penso que eu poderia ter evitado muito sofrimento, pois meu filho não é autista.
Mas ao mesmo tempo… penso que fiz a coisa certa, pois caso precisasse ele teria iniciado alguma terapia bem cedo.
Para você que talvez vive essa preocupação hoje eu digo isso:
Calma, preste atenção no seu filho sim, procure um profissional se isso te deixar mais tranquila. Mas não deixe que isso tire o prazer de viver esse momento único com seu filho.
Viver um dia de cada vez é a única coisa que podemos fazer numa situação como essa.
Então seja feliz e estimule seu filho, hoje eu me arrependo muito de ter perdido esse momento me afundando em tristeza e preocupação.
Esquecemos que acima de tudo são nossos filhos e que vamos amá-los sempre, independente do que acontecer!
Hoje tenho contato com crianças autistas e vejo que muitos dos meus medos foram extremos demais, que são crianças extremamente cativantes e capazes.