Era pra ser um dia normal… mas… meu bebê arco-íris decidiu que era o dia em que ele queria vir ao mundo! Era a materialização de um sonho que eu esperei anos para se tornar realidade.
Sumário do Conteúdo
Você Sabia?
Usa-se o termo bebê arco-íris para nomear um bebê que vem depois de uma perda gestacional. A razão disso é bem simples… depois da tempestade sempre vem o arco-íris!
Meu Bebê Arco-Íris
Eu tinha imaginado cada detalhe desse dia.
Mamãe começaria sentir algumas dores diferentes.
Ligaria para a médica.
Colocaríamos nossas coisas no carro.
Deixaríamos o Gugu na casa da vovó.
E iríamos para o hospital.
Mas novamente na vida da mamãe nada aconteceu como planejado…
Era mais um dia normal.
A mamãe havia ido para o trabalho.
Passaria na maternidade para fazer um exame de acompanhamento do seu coração… devido um risco de pré-eclâmpsia que havia aparecido no último ultrassom.
Fizemos um exame que veio com alteração.
A médica pediu um ultrassom.
Finalmente repetimos o exame do coração…o tal cardiotoco.
De repente a médica disse:
Seu bebê está com taquicardia.
Vamos ter que fazer o parto.
Era hoje! Meu bebê arco-íris logo logo estaria comigo!
Engraçado como de alguma forma eu sentia que esse dia estava próximo, no dia anterior eu entrei no banho… olhei minha barriga… abracei ela com as mãos e disse… a mamãe sente que nosso encontro está chegando meu amor.
Eu só não imaginei que seria no dia seguinte, e, com tanta emoção.
Era 11 de setembro de 2024. Eu estava sozinha na maternidade… afinal eu tinha ido trabalhar normalmente, apenas iria à maternidade para acompanhamento.
Quando disseram que seria necessário fazer um parto de urgência meu marido deixou Gustavo na casa da vovó, pegou minhas bolsas (deixou uma parte para trás) e foi ao meu encontro.
Enquanto isso na maternidade me disseram que teriam que ir fazendo todos os procedimentos comigo, e, que não sabiam se daria tempo do pai chegar.
Eu entrei na sala de cirurgia sozinha, com medo, mas com uma paz enorme no coração. Eu sentia algo tão bom… uma certeza imensa de que estava tudo bem e aquele sentimento era muito mais forte do que o medo que eu sentia.
Vieram me avisar que tinham verificado na recepção e que meu esposo ainda não tinha chegado, mas que eles teriam que iniciar o parto.
Eu disse que tudo bem… que a prioridade era o bem do meu filho.
Os médicos já tinham começado a cortar minha barriga quando alguém gritou: o pai chegou!
Senti um alívio quando vi meu marido entrando na sala e ficando ali comigo. Menos de um minuto depois nosso pequeno Felipe nasceu. Chorando! Lindo! E cheio de saúde.
Os médicos o colocaram no meu peito e fui logo falando com ele que a mamãe estava muito feliz, que ela esperou muito por esse encontro e que ele foi um filho muito desejado e ele logo foi se acalmando e parando de chorar.
Sem dúvidas o segundo dia mais feliz da minha vida. A realização de um sonho.
De uma busca de nove anos. Finalmente eu sentia que minha família estava completa.
Eu tive uma gravidez muito mais tranquila do que a primeira, apesar de ter passado por uma perda após o nascimento do Gustavo.
Já falei aqui antes que essa perda me fez perder muitos dos meus medos. Mas mesmo assim posso dizer que não me senti à vontade para fazer muitas coisas durante a gestação do meu bebê arco-íris.
Eu tive receio de contar às pessoas que eu estava grávida.
Não postei nada sobre a gravidez nas redes sociais.
Postei foto de grávida apenas no último mês.
O fato de o bebê ficar sem mexer por algum tempo me deixava extremamente preocupada. Várias vezes durante o dia ou à noite eu mexia na barriga até sentir ele se movimentar lá dentro. Só assim eu ficava em paz.
O medo de acontecer alguma coisa com ele no final da gestação me preocupava, mas tentei levar da melhor forma que pude, e sinto que consegui.
Parece que eu vivi um sonho.
Ter um diagnóstico de infertilidade sem causa aparente e ainda assim ser mãe de dois filhos lindos me enche de orgulho, pois tenho plena consciência que eu fui muito ativa nessa busca.
Eu olho para os dois juntinhos e custo acreditar que eles são “meus”. Mas são!
Aquele período difícil de início de puerpério, onde a gente lida com a dificuldade da amamentação, a privação de sono, o cansaço… tudo que foi muito difícil pra mim na chegada do Gustavo eu não tive nessa segunda gravidez, pelo contrário, eu agradeço a Deus todos os dias por estar vivendo essa “doideirinha” novamente, pois, era tudo que mais desejava na vida.
Nada do que eu tenho hoje faria sentido se eu não tivesse eles aqui comigo.
Valeu a pena cada restrição alimentar, cada mudança de hábito de vida, cada furada de agulha, cada consulta médica, cada noite de oração!
Gratidão é muito pouco para definir o que sinto hoje! Seja muito bem vindo meu bebê arco-íris!